quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dia da Lingerie

Antigamente as “roupas de baixo” não eram consideradas itens de preocupação dos guarda-roupas masculinos e femininos. Hoje se tornaram peças essenciais no vestuário. Com efeito, a lingerie feminina diversifica-se com detalhes, adereços em tule, rendas e gripis, o que a torna também mais atraente, muito mais elaborada. E para ficarmos dentro da História dessa vestimenta tão importante, segue um pouco da linha do tempo desse segmento da Moda.

De acordo com os registros históricos da Revista Sebrae/MT Edição de Novembro de 2003, a Moda Íntima tem um crescimento importante no significado de moda, sensualidade. As roupas de baixo acompanham as pessoas desde o início da humanidade e dizem muito sobre suas personalidades.

Na Pré-História, a roupa íntima resumia-se apenas a um pedaço de pele de animal amarrado em volta dos quadris usado por homens e mulheres para esconder as partes proibidas.

Na Roma antiga, era comum ver escravos usando o chamado saiote, enquanto os ricos desfilavam em suas togas sem nada por baixo. Já as mulheres romanas usavam uma versão primitiva do sutiã e calcinha, em duas peças separadas.




Segundo Braga (2005, p 74), “cobrir o corpo é uma necessidade, seja pelo caráter pudor, de adorno ou de proteção.” Nesse sentido a roupa íntima se desenvolve pela questão da moralização, enfeite ou proteção contra o frio, conseqüência de todo o processo histórico da civilização.

Com a Idade Média, trouxe inovação, a soma de mais uma peça do vestuário para homens, o legging, usado muitas vezes como roupa exposta e não escondida. Tantos homens e mulheres usavam uma camisa sob a roupa, as chemises francesas. Os corsets também apareceram para apertar os seios femininos. 



A Revolução Industrial trouxe a possibilidade da produção em massa, da qual lançou a moda das cinturas de vespas, o conhecido espartilho, no intuito de modelar o corpo, apertava as moçoilas.

Em seu livro “O espartilho: Uma História Cultural”, a autora Valerie Stelle faz menção ao espartilho que retrata esta peça de lingerie como um corpete apertado amarrado na frente, cujo formato é seguido do aperto do corpo feminino, este design de peça íntima passou a refletir o interesse pelas curvas femininas, destacando a peça como um objeto de erotismo.

Segundo a autora, o corset se tornou a peça central do vestuário íntimo. As mulheres usavam espartilhos apertados que moldaram seus corpos em uma ampulheta; figura ideal do padrão de beleza.

Nesse sentido, a peça íntima era usada para a proteção e também como adorno. Segundo as palavras de Morris (2005), o espartilho tem um grande apelo ao fetiche.


Para alguns homens, o aprisionamento dentro do espartilho funcionava como um apelo fetichista. A atração do corpete não estava apenas na silhueta que ele criava, mas também no conhecimento tácito de que a mulher admirada estava sofrendo uma tortura física para agradar seu admirador. Por isso, é fácil entender por que os corpetes se tornaram um elemento da encenação sadomasoquista. (MORRIS, 2005. p. 158).  

E no contexto de evolução da moda íntima, segundo Pezzollo (2003), o uso do espartilho causava sérios danos à saúde, mas o aspecto social promovia a superioridade da peça, em vista do seu poder perante a aristocracia, uma peça que vinculada à alta sociedade, era uma forma de status social.  

Pucci (2009) aponta datas essenciais na linha do tempo da moda referente à ascensão da moda íntima, enquanto vestuário e costumes dos indivíduos. Por volta de 1880, apareceu o corpete com uma versão mais suave que o espartilho, não provocava quebra dos ossos ou prejudicava os músculos. Para os homens, além da ceroula, a novidade foi o aparecimento do jockstraps em 1874, muito usado por esportistas, especialmente ciclistas, porque protegia aquela parte mais sensível da anatomia masculina.

 Segundo Pucci (2009) a inovação tecnológica do início do século XX permitiu que a produção dos corpetes e espartilhos femininos fosse feita com matéria-prima que fornecesse mais conforto e suavidade. Assim, para os homens, os tecidos tornaram-se também mais confortáveis. No final do século o americano Benjamin Joseph Clark criou a cueca boxer, mais firme, justa e curta.

Embasando-se no conteúdo histórico descrito pelo mesmo autor, pode-se afirmar que nessa época também começou a separação das roupas femininas em parte superiores e inferiores.  Segundo Pucci (2009) no ano de 1913, Mary Phelps Jacob cria o sutiã, livrando as moçoilas do aperto. 


Conforme Pucci (2009) homens já usavam cuecas curtas com botões na frente, no modelo atual como samba-canção. Devido às separações das roupas de baixo, as calcinhas também diminuíram e agora as pernas eram cobertas por meias de tecido, substituídas depois pelo nylon. E aí, inspiradas pelas dançarinas francesas de can-can, as mulheres começaram a usar a liga, tanto nas pernas como na cintura.

Assim, com os registros históricos mencionados pelo autor Pucci, nos anos 30 desenvolveu-se para o homem a cueca slip, dessa forma um cavalheiro sempre usava regata sobre o peito, até que Clark Gable, o grande referencial masculino de Hollywood na época, tira sua camisa no filme Aconteceu Aquela Noite e estava sem nada por baixo. Nesse sentido, mediante toda a história da moda íntima feminina e masculina, Pucci menciona que no período da Segunda Guerra aparece o elástico sanfonado e a mistura do corset com o sutiã, já nos anos 60 as mulheres saem às ruas para queimar sutiãs como símbolo da opressão masculina. E, assim, nos últimos 40 anos, vêem-se as roupas de baixo crescer e diminuir. 

Segundo divulgação da representação da moda íntima feminina na Feira de Moda Íntima do Ceará em Junho de 2010, percebe-se que algumas vezes a moda é mais retrô (inspirado por um passado recente, diz-se de moda, estilo, decoração, etc.), outras mais ousadas.




A lingerie feminina e masculina é verdadeira obra-prima do design de moda e que exerce o sentido visual do indivíduo e estimula a imaginação. O que rege essa indústria de moda íntima é que, além de conforto, o importante é a mensagem de sensualidade que a calcinha, sutiã e cueca vão passar.



















Portanto, vistam e invistam neste dia!

A todos vocês uma ótima tarde!

Até uma próxima...


Grande beijo!


Fonte: Monografia Ética e Publicidade no Segmento de Moda Íntima no Ceará: Análise das estratégias de Comunicação das marcas Liebe e Rihomo de Jacqueline Cecília Rodrigues.
Fotos: AMIC 2010.

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